domingo, 19 de abril de 2009

Black Dog



Estava eu,passeando pelo Parque do Ibirapuera,costumava ir lá passar o tempo e olhar pro movimento.
O movimento das formigas,dos pássaros,das nuvens,do vento e tudo mais que fosse do meu interesse.Bom,continuando era lá pelas 5 horas já,de uma segunda-feira,e eu andava calmamente lá pelos "fundos" do parque,aonde tem pouco movimento.
Encostei numa árvore para descansar um pouco,mas ao me virar me deparo com um grande cachorro negro,de olhos escuros e um tom realmente ameaçador.
Mas ele sorriu para min.
Isso me deixou bem mais calmo,acabei perguntando o que ele queria comigo,quem sabe um cigarro?
Era um verdadeiro Lorde canino,com um leve sotaque inglês que denunciou donde ele era,mas enfim ele disse que tinha perdido seu chápeu e precisava achar ele,pois era um presente para um (por incrível que pareça) amigo dele ao qual eu também conhecia.
Era um Panamá clássico,de fita preta e tudo mais.Pessoalmente nunca gostei daquele tipo de chapéu,mas não ia discutir com um cachorro;ele me disse que tinha perdido lá pelo arredores da Oca,ao qual eu tinha passado mais cedo e ele tinha reparado.
Bom,lá fomos nós nessa pequena aventura de fim de tarde.O cachorro me disse donde era: nascido em São Paulo mesmo,mas sua família era da Inglaterra,sua mãe veio aqui a 5 atrás e conheceu um malandro qualquer,e bom,ai nosso caro amigo nasceu.
Ofereci-lhe um cigarro,mas ele só fumava charuto,que pegou com muita desenvoltura de uma bolsa que carregava no pescoço.
As pessoas olhavam a dupla estranha,mas eu não me importava,já estava acostumado a andar com criaturas mágicas e tudo mais,um cachorro não era nada demais.Finalmente chegamos a Oca,aonde começamos a procurar em cada canto o Panamá.Com toda finesse que eu esperava ele começou a farejar para ver se achava algo.
Certa hora passa um garoto de skate,com o bendito chapéu na cabeça,sabe-se lá o que ele ia fazer,pois não combinava nem um pouco.
Oh não,o cachorro ficou louco,já queria rasgar o pescoço do garoto;mas eu disse que pra se acalmar e que íamos tentar uma negociação.Depois de conseguir achar o menino,começamos a negociar com ele,e o jovem realmente não queria trocar o chapéu;então apelei e lhe dei dois truck's novos (que eu nem sabia que estavam na minha mochila) e umas rodinhas que eu tinha achado numa viagem astral.Dito e feito,consegui pegar o chapéu de volta e entreguei ao cachorro todo feliz,que acabou me chamando parar ir a festa do nosso Amig0-Comum;infelizmente eu não aceitei,tinha que ir pra casa fazer o jantar,apenas pedi pro cachorro mandar um abraço no Amigo e que outro dia nos veriamos denovo.
Ele foi embora correndo,enquanto eu acendi mais um cigarro e olhei no relógio,já eram quase 8 horas,estava bem atrasado.
E sai correndo,cada um pro seu lado.
Incrível que depois desse dia encontrava o cachorro quase todo dia.Viramos bons amigos...ao menos ele não me morde.



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