Aonde parei? Ah,é mesmo,estava acabando de mandar uma carreira de farinha.Só não ofereço por que tá dificil a coisa aqui.
Eu poderia ter ficado apreciando isso o dia todo,se o celular não tivesse tocado.Ridiculo,ainda me pergunto aonde tava com a cabeça no dia que comprei um.
Atendo.
Aquela voz maldita,inconfudivell,ah não...não!Era Chi Wong Mi,um japa ai deveras complicado,sabem? Além de traficante de drogas,também era cafetão,dono de fazenda,professor de biologia e aos sábados vende playstation na Galeria Pagé,no centro da cidade.
Pela voz,logo vi que o china (japa) estava nervoso comigo e eu sei exatamente o motivo. Depois do discurso marcamos um encontro na frente do Theatro Municipal as 22 horas,sabe-se lá o porque,na falta de melhor desculpa, eu estou drogado.
Não ficarei enrolando nesse lixo,é melhor por minha camiseta rasgada do Iron Maiden,pegar meu maço de cigarro e meus pinos,e sair pra rua.Se eu for morre hoje mesmo,vai ser fedendo,puta preguiça de tomar um banho. Afinal,o tempo urge.
Logo atravesso aqueles corredores infames, pois este é um hotel clichê e temos aqui um puta corredor, com direito ao cheiro do cigarro no ambiento todo. Assim que saio,para o estacionamento, encontro meu velho e bom amigo –Um opala verde musgo, mais estragado do que nunca, e que no entanto nunca me deixou na mão.
Antes de por a chave na porta,vejo meu reflexo no vidro. Apesar do sol,meus cabelos quase no ombro e a barba sem fazer a muito tempo, me dão um ar péssimo de roqueiro, daqueles bem clássicos, de filmes bem ruins. Mas sinto uma leve vergonha, de me ver naquele estado, levando aquela vida tão ridicula...
Entro no carro e esqueço disso.
Ponho um som pra tocar,vou no velho andamento,seguindo as regras do desastre,o som é da banda Stooges. Iggy Pop rolando e gritando, enquanto ponho mais uma carreira e acendo um cigarro. Poderia ser pior.
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