quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fim De Tarde

Não sei como explicar,não é o fim exatamente da tarde,costuma ser um pouco depois,quando o sol praticamente se foi e o céu ganha aquela cor azul indo pro preto,e as estrelas começam a aparecer.

E dai,perguntam?

E dai que é isso que eu vou falar....sobre meus fins de tarde.

Fui criado numa
família "calma" até,clássica digamos,que se juntava pra fazer qualquer coisa-desde ir ao parque até o almoço de domingo-esses laços eu não esqueço,apesar dos "eventos atuais".E no finzinho da tarde sempre nos juntávamos para tomar um café,comer um pão,aquela coisa básica.E todos ficavam juntos,conversando sobre qualquer besteira familiar ou sobre os vizinhos,ou sobre o que passou na TV 10 minutos atrás.

Assim parece a coisa mais
ridícula,mas são aquelas pequenas coisas que são difíceis de esquecer.Quando você perde isso,você se liga que fazia falta.
Hoje praticamente não fazemos mais isso,não tem quase ninguém morando aqui,a casa ficou grande só pra duas pessoas.

Também,minha
família tinha uma casa na Praia Grande,exatamente na Vila Caiçara.Uma porcaria de lugar hahaha.
Mas lá,sempre no fim da tarde,os "vizinhos" (o povo que estava lá passando as férias também) se juntavam na rua só pra conversar,e era sempre quando o sol começa a se por,e a brisa do mar ficava mais forte...
E agora é a mesma coisa,ninguém vai mais lá,ninguém fala com mais ninguém...a rua acabou virando um lugar-comum,sem nenhuma
relevância pras pessoas que ficavam ali.
Elas nem devem lembrar disso.

E bom,deixando a nostalgia de lado,em São Paulo o fim de tarde é sempre um resumo do caos da cidade.Transito,gente
estressada,gente cansada,gente e poluição.
E nessas horas,eu admitindo ser um
vagal,sempre vou pra algum canto.Não por bons motivos.

Sempre olhando pro alto,procurando a lua,que acaba de aparecer no céu,ouvindo o som dos carros que todos nós já acostumamos.
Nessas horas eu tento respirar,pensar em algo bom.
Me enganar por mais um dia.Sorrir para meus amigos (ninguém precisa de mais problemas).
Andar pelas ruas fingindo não conhecer nada.
Lembrar que ainda vou sentir saudade desses dias.

Por pior que eles sejam.


Um comentário:

M. Pimenta. disse...

Que lindo, Guimo. Escreve bem.